terça-feira, 14 de outubro de 2008

Goodbye.


A sala era branca demais, ela estava branca demais, ele deixava as lágrimas rolarem livremente pelo seu rosto cansado.

- Amor... - ele sussurrou tocando no rosto gelado dela, ela curvou seus lábios num pequeno sorriso. - Por que com você, pequena?Por que? - ele se ajoelhou ao lado da cama chorando.Uma lágrima escorregou carinhosamente pelo seu rosto.

- Eu vou pra um lugar melhor, não se preocupa, eu vou ficar bem.

- Mas, e eu?Como eu fico?Eu não vou sobreviver sem você aqui!Você é a minha vida, meu anjo, meu presente.

- Pai...Eu vou encontrar a mamãe.E, toma conta do Caio, ele ainda tem dois anos e não entende o que tá acontecendo.Cuida dele direitinho, e cuida do senhor também.

- Você não pode ir agora, minha vida, você só tem quinze anos, ainda tem muito o que viver. - as lágrimas rolava pelo rosto dos dois.

- Pai, eu te amo, você é tudo pra mim, você é meu pai, meu herói, e eu só quero que você seja feliz.

- Eu não vou conseguir sem você aqui, minha filha.Eu te amo muito! - ele apertava as mãos da menina frágil na cama, ela sorriu.

- Diz pro Caio que eu amo muito ele, e que não é pra ele ser galinha. - ela disse soltando uma risada abafada e fechando os olhos para nunca mais abrir.Ele deu um beijo na testa da filha e ficou ali segurando a mão dela sem entender como ela poderia ir embora tão nova.

2 comentários:

Johanna disse...

Ninguém vai embora, ouviu? Não, não, não.

Ila Marinho disse...

Acho uma sacanagem morrer assim tão cedo.Porra,e a vida super badalada de todos esse adolescentes e crianças que morrem cada qual com seu motivo,como fica?
O que acontece com as vidas que não são vividas?