E lá estava eu, sob aquele céu azul, ao lado daquela piscina cheia de presentes de Deus, aqueles papéis cheios de besteiras de menina escritas ali, aquele óculos escuros que me permitiam olhar pra onde quisesse, e com a minha pele sendo queimada cuidadosamente pelo sol, o vento do mar acariciava meu corpo, o marzão ali em volta do navio, sem nenhum sinal de terra por perto.O telefone, que minha mãe insistiu em comprar para poder se comunicar comigo naquele "enorme navio", vibrou na cadeira.
- Oi, mãe. - atendi com certo desânimo.
- Oi, filha, vem aqui no quarto pra eu te entregar uma coisa.
- tá. - desliguei o celular, coloquei a canga, juntei minhas coisas e fui andando distraída com o céu, não deu certo, tropecei em algum maldito degrau e foram todos meus papéis pro chão, junto comigo.Merda, sussurrei pra mim mesma esperando que ninguém tivesse visto.Fui recolhendo as minhas coisas e vi uma mão que não era minha pegando meu caderno que estava longe.Agradeci sem olhar direito.
- Você tá bem? - uma voz masculina e macia disse segurando meu braço, eu olhei pro rosto do rapaz que devia ter uns um e setenta e pouco de altura, seus olhos estavam cobertos por um rayban espelhado, teus cabelos meio loiros meio castanhos estavam molhados e bagunçados, teu rosto tinha traços perfeitos, teu corpo era escultural, ele usava apenas uma bermuda laranja.Acho que eu fiquei admirando seu rosto por tempo demais. - Moça?
- To, to sim, brigada. - eu disse recuperando o fôlego, ele sorriu, teu sorriso me lembrava uma daquelas noites de lua cheia, e que o céu está com várias estrelas.Ele soltou meu braço.
- Diego. - ele disse levantando os óculos e revelando seus belos olhos verdes e esticando a mão me fazendo esquecer meu nome por um momento.
- Paula. - disse apertando a mão dele.Ele perguntou aonde eu estava indo.
- Ali... não sei. - eu disse tentando me lembrar aonde eu estava indo. - no meu quarto. - disse rápido me lembrando aonde tava indo.Ele riu e as borboletas na minha barriga se agitaram de uma forma que me fez ficar com uma cara de besta.Ele sorriu e disse que se eu quisesse conversar ele estaria na piscina me esperando.Eu disse que só ia lá no quarto e já ia lá encontrar com ele.Fui no quarto correndo dei um beijo na minha mãe deixei minhas coisas lá e voltei pra piscina depois de uma pequena ajeitada no cabelo.Quando cheguei lá estava ele sentado na cadeira, agora só de sunga, deixando seu corpo ser bronzeado pelo sol, ele sorriu e acenou ao me ver, acenei de volta e fui sentar na cadeira do lado dele.Ficamos conversando por horas enquanto éramos bronzeados pelo sol, conversavamos como se a gente se conhecesse há séculos, contei-lhe histórias engraçadas da minha vida, e ele me contou algumas histórias da dele.
- Afinal, de onde você é? - ele perguntou depois que já estava anoitecendo, eu já estava com a camisa dele e ele já tinha colocado a bermuda de volta, estávamos na frente do navio sentindo o vento vindo do mar acariciar nossos corpos e bagunçava nossos cabelos.
- Florianópolis. - disse sorrindo.Ele arregalou os olhos.
- MENTIRA?! - ele quase gritou, me assustei com sua reação. - Eu também moro lá! - nós dois rimos.
- Caraca, coisa do destino. - disse rindo.Ele concordou.O maldito telefone tocou e minha mãe me mandou ir pro quarto.Fomos andando abraçados até o meu quarto, ele me deu um beijo demorado na bochecha quando chegamos na porta do quarto.Eu sorri para ele pegando a chave e deixando-a cair no chão por causa da pressa.Nós rimos, ele me chamou de desastrada e pegou a chave.Se aproximou do meu rosto ao devolve-la, ficamos ali nariz com nariz, ele sorriu de um jeito meio bobo, eu fechei os olhos e mordi os lábios, ele levantou o meu queixo com o dedo fazendo nossos lábios se encostarem, ele segurou meu rosto com as duas mãos, o beijo foi se desenvolvendo, me desvencilhei dos seus lábios, acariciei seu rosto, me despedi com a voz fraca e entrei no quarto com um sorriso besta.
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Um comentário:
Cru-zei-ro.Acho chiquérrimo.
Mudei.Agora é umidade-relativa.blogspot
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