terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Slipped away.


Ele sabia que eu amava como aquele uniforme de marinheiro ficava lindo nele, eu o vi chegando pela janela do quarto do bebê, o tom alaranjado do pôr do sol deixava tudo mais lindo, corri para a porta e pulei em seu pescoço, ele me segurou e me deu beijos cheios de saudade, eu sorri e deixei as lágrimas que eu tinha guardado esses meses caírem todas ali, ele as enxugou e me beijou.Entramos abraçados em casa e Paul estava segurando seu ursinho por um braço e com uma blusa grande de seu pai.Ele também deixou as lágrimas caírem ali naquele momento.

- Papai! - ele falou daquele jeito gostoso de crianças de três anos, esticou os braços, ainda segurando seu ursinho, e se perdeu no meio dos braços fortes de seu pai.Eu sorri, e me sentei no sofá.Ficamos até umas dez horas conversando na sala sobre a viagem, ele contava sobre as aventuras do mar, lógico que ele poupava os detalhes horríveis da guerra, mas Paul ficava admirado quando ele exagerava nos seus atos de bravura, e nós riamos quando ele dizia que o pai dele era o maior herói de todos.Enfim Paul dormiu e nós fomos para o nosso quarto.Foi uma noite cheia de saudades, e suor.Após alguns meses, eles o chamaram de novo.Eu pedi para que não fosse, a guerra estava cada vez mais perigosa.Ele disse que tinha que ir, nós gritamos um com outro e Paul chorou.Naquela noite não teve não um pouco de suor, foi tudo frio.No dia seguinte de manhã.Ele me abraçou forte, me deu um beijo na testa e disse que me amava, eu o olhei com os olhos cheios de lágrima e com Paul choroso no colo.Ele lhe deu um beijo na bochecha e disse para se comportar.O carro dele chegou, ele pegou sua mochila e foi correndo em direção ao carro, deu uma última olhada para nós, e nós acenamos melancólicos, ele sorriu triste e entrou no carro.Foi a última vez que eu o vi.Cá estou eu, com a maquiagem borrada, minha roupa preta jogada na cama e o bilhete que encontraram no corpo dele do meu lado, escrito com uma letra tremida e fraca "Desculpa, amor.Cuida do Paul.Amo você mais do que tudo, vou sentir sua falta." Paul apareceu na porta do meu quarto com os olhos inchados, eu o chamei e ele se aconchegou no meu colo, beijou minha barriga de oito meses de gravidez e sorriu melancólico para mim, eu retribui."Amor, agora vou tomar conta de Paul e Jake, em homenagem a você.Eu te amo.E não precisa se desculpar." eu escrevi atrás do bilhete dele.Meu eterno Jake.

2 comentários:

Ila Marinho disse...

Você adora matar os maridos e as esposas dos seus personagens né,cara?Sua sádica.

B. disse...

Exatamente... parece qeu gosta de ver as pessoas morrerem. ¬¬