Eu sentia o vento noturno tocar meu rosto com certa raiva, o meu carro corria acima do limite de velocidade, eu ia ultrapassando os carros, e minhas mãos apertavam firmes o volante, eu podia sentir meu anel da mão direita me machucando, mas eu não largava, minha cara estava tensa.Eu fiz uma curva perigosa e parei em frente a primeira casa da rua da direita, apoiei a testa no volante e a bati algumas vezes no mesmo, até apertar a busina sem querer.
- Merda. - eu falei baixo, pensei o que estava fazendo ali, e vi um homem apenas de samba canção e cabelos desarrumados abrir a porta e tentar indentificar quem estava dentro do carro, eu continuei com a testa apoiada no volante, ele foi até o carro e abriu a porta me olhando desconfiado.Eu virei a cabeça para encará-lo e ele viu meus olhos vermelhos.
- O que você está fazendo aqui? - ele perguntou depois de alguns segundos de silêncio constrangedor.
- Eu estou me fazendo a mesma pergunta. - eu resmunguei entre dentes.Ele ficou me olhando por alguns segundos até me puxar pra fora do carro, eu estava com uma expressão vazia, mas lágrimas rolavam furtivamente pelo meu rosto.Ele sacudiu meus ombros e eu parecia uma boneca de pano.Ele fechou o carro e me pegou no colo, a colocou no sofá e foi buscar água.Eu agradeci, e me sentei, ele se sentou do meu lado.
- Você realmente não devia ter vindo. - ele disse depois que viu que eu tinha me acalmado.
- Eu sei. - eu disse rindo de mim mesma. - Estou me sentindo ridícula.
- Não se sinta.Só porque você não devia, não quer dizer que eu não tenha gostado de te ver. - ele disse acariciando a minha bochecha.Eu tremi com seu toque.Ele se aproximou e colocou meu copo na mesa, sua respiração quente arrepiou meu corpo inteiro, pude sentir seu cheiro sufocante, viciante, entrar sem permissão pelo meu nariz.Ele me beijou, e o beijo foi se tornando cada vez mais intenso.Tudo nele era viciante, seu cheiro, seu gosto, seu corpo, seus olhos, seu rosto, seu andar, seu cabelo, o jeito que ele me tocava, o jeito que ele me deixava.Eu já não conseguia mais negar, aquele homem iria acabar estragando a minha vida, aquele homem me tirava do sério e eu nem sabia o por que.
Um comentário:
Influências biologyanas.
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