sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Fuck off might be too kind.


Ela estava sentada na bancada perto da janela assistindo a chuva bater no vidro ruidosamente, o vento sussurrava rapidamente.Seu chocolate quente estava esfriando do seu lado, seu moletom largo cobria suas mãos, ela abraçava seus joelhos acariciando as próprias meias coloridas.Parecia uma adolescentezinha revoltada com a vida, uma lágrima escorregou acidentalmente pelo teu rosto, ela a enxugou rapidamente e segurou as outras com um gole enorme de seu chocolate.Um braço masculino a envolveu por trás, ela pulou da bancada num salto.Olhou para o rapaz perplexo com raiva, ele não entendia o motivo da raiva, tinha idéia do que podia ser mas...
- Você é um estúpido. - ela cuspiu as palavras com raiva.Não conseguia mais conter as lágrimas.
- O que aconteceu, meu amor? - ele perguntou se aproximando dela.
- Não venha com essa de 'meu amor', soa muito falso agora. - ela rosnou.Ele se aproximou mais. - Sai de perto de mim.
- O que eu fiz?
- Como se você não soubesse!
- Se eu soubesse não estaria perguntando.
- Larga de ser cínico! - o tom dela ia aumentando junto com as lágrimas.
- Amor...
- Vai tomar no cú, seu filho da puta! - ela gritou, ele parou assustado. - Como se você não soubesse que ontem você esteve com aquela puta naquela porra de festa!Você acha que eu não vi vocês dois quase se comendo no meio de todo mundo?Você podia ser um pouco mais discreto sabia? - ele abaixou a cabeça. - Vai embora.
- Foi ela.
- E você não conseguiu impedir.Não pense que eu sou burra.Já feriu meu orgulho e meus sentimentos demais.Vai embora logo. - ela disse abrindo a porta e dando um susto no vizinho, já que ela estava só de moletom e calcinha.
- Mas, amor, e tudo que a gente passou?
- EU que devia estar perguntando isso!Foi VOCÊ que estragou tudo, só estou terminando o que você começou.Não quero mais te ver.
- Eu te amo. - As lágrimas rolavam pelo rosto dos dois, mas ela continuou forte.
- Se amasse... - a voz dela falhava - você não teria feito o que fez.
- Desculpa.
- Não, não agora, me dê um tempo.Vá embora, pegue as suas coisas.Você é ridiculo, estúpido, um tremendo filho da puta que não liga pros meus sentimentos.
- É com você que eu mais me importo.
- Nunca demonstrou.Dá pra você ir logo!Eu to de calcinha na porta, porra. - Ela disse enxugando as lágrimas.Ele foi pro quarto, vestiu uma blusa, botou as suas roupas numa sacola e foi pra porta, se aproximou para lhe dar um beijo.Ela afastou o rosto, ele saiu, ela fechou a porta e foi pro banheiro lavar o rosto, ele tinha esquecido o perfume aberto.
- Você fez de propósito, eu sei, só por que você sabe que eu amo o seu cheiro.Filho da puta. - ela choramingou saindo do banheiro e pegando uma bela e nova garrafa de uísque no armário, acendeu seu cigarro e sentou-se no chão da sala com o cigarro na mão da aliança, o copo de uísque no outro e as lágrimas escorregando livremente pelo seu rosto vermelho e cansado.

3 comentários:

Ila Marinho disse...

Esse foi o texto mais cheio de palavrões e xingamentos que você já escreveu.Ficou ótimo :D
Aconteceu alguma coisa ou é só um texto mesmo?
E gostei da transformação da garota.Ela começa tomando chocolate quente e termina fumando e bebendo whisky.Não sei,pareceu algo meio oi-amadureci pra mim (:

Johanna disse...

Wow.. ficou realmente bom. Se fosse um livro eu leria :D
Aaah, agora fiquei com vontade de ler essa história, poxa. Me dá de presente? (;
EHIAHEIAHEIHAEIHE
Tá escrevendo muito bem, gata.

Johanna disse...

Aliás: http://donutsmurder.blogspot.com/