quinta-feira, 30 de abril de 2009

ele e ela

Um de um lado e outra do outro, um bando de gente suada no meio, os olhos se encontram, o coração dispara, o sorriso aparece e aquele do lado de lá desaparece por entre as pessoas do meio, a do lado de cá procura, e o do lado de lá caminha, a do lado de cá caminha procurando, o do lado de lá segura a mão da do lado de cá, os dos lados agora estão no meio e os lábios da que era do lado de cá tão pregados nos lábios do que era do lado de lá, os dois não se largam, a música não toca, não pros dos lados, que agora estão no meio, o resto continua ouvindo, mas eles não ouvem, não, não, eles não são surdos, eles só estão naquele transe que todos apaixonados ficam quando grudam o lábio no do outro.Alguém esbarra e ele empurra, ele puxa ela pro lado de fora, longe do resto, eles grudam seus lábios mais uma vez e ele a leva pro carro, ela sorri e ele acaricia, ele liga o carro e vrum eles vão embora.Os do carro agora estão subindo as escadas de mãos dadas, ele abre a porta e a puxa pra dentro, fecha a porta, não tranca, joga ela no sofá e começa a tirar a sua roupa, ela sorri, ele acaricia, ela acaricia, ele sorri, os lábios grudados, os corpos molhados, e a narração para por aqui.

terça-feira, 28 de abril de 2009

Vontade de cantar pra todo mundo ouvir, vontade de fazer o que eu quero, vontade de morar sozinha, vontade de ter um carro, vontade de estar com você.

terça-feira, 21 de abril de 2009

Psicodélico.

Eu estava ali boiando naquela água maravilhosa, você veio e me deu um beijo na bochecha, eu me assustei e quase me afoguei, você riu e me abraçou, me levou em suas costas até a grama e nos deitamos ali, eu encostada no seu peito, e você sorrindo com os olhos fechados.O sol batia na sua pele, eu passava os dedos pelos seus lábios e você sorria.A água rosa e cristalina bem ao lado da azul mexia com o vento das árvores de folhas vermelhas, as ovelhas amarelas pastavam em cima de uma parte de grama que boiava no lago, os cachorros brincavam e rolavam nos campos roxos cheio de borboletas-peixes voando alegremente, você abriu um sorriso e me roubou um beijo.Uma borboleta-peixe pousou no seu nariz e você ficou vesgo tentando vê-la, nós rimos e ela saiu voando e deu um mergulho no lago rosa.As vacas-ursos voavam no meio das nuvens de algodão doce.Você levantou e pegou um pedaço da nuvem e colocou na minha boca, eu comi satisfeita e você riu.Nos levantamos e fomos boiando no nosso pedaço de grama flutuante até o mar de cristais, ele brilhava maravilhosamente, o sol batia e tudo se transformava em um arco íris, nosso pedaço de grama flutuou sobre ele e as baleias verdes acenaram pra gente, os golfinhos pulavam e voavam, um me deu um beijo na bochecha e você fingiu ciúmes, eu ri.De repente tudo foi se afastando, todos iam acenando para gente, e PUM, tudo se apagou e eu acordei no meu quarto sem graça e sem cores, com o meu céu sem graça e sem nuvens de algodão, as ovelhas continuavam brancas, e os peixes e borboletas continuaram separados, os golfinhos não me roubavam beijos, e as baleias não acenavam.Mas que mundo sem graça esse.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Curar esse silêncio entre nós.

No meio de tanta gente eles se esbarraram e ela nem notou, ele segurou sua mão e ela olhou para o seu rosto assustada, ela não se lembrou e ele soltou a mão e pediu desculpas, ela sabia que o conhecia mas não conseguiu lembrar de onde.Ele ficou parado no meio da multidão e ela foi embora intrigada.Ele levou uns esbarrões e correu atrás dela, ela parou ao ser segurada pela mão, olhou pra trás e se indignou.
- Desculpa, você não se lembra de mim? - ele disse soltando sua mão.
- Eu sei que eu te conheço. - ela disse envergonhada.
- A gente andava de cavalo todo fim de tarde antes de você cair. - ele disse com os olhos úmidos.Ela tentou se lembrar mas não conseguiu.
- Desculpa, eu não consigo me lembrar. - ela disse se sentindo culpada e incapaz.Ele balançou a cabeça.
- Não, tudo bem. - ele disse se virando pra ir embora. - Foi bom ver que você está bem.
- Achavam que eu ia perder o movimento das pernas, mas parece que eu perdi uma coisa muito mais importante do que isso, nossas memórias. - ela disse chorando frustrada, ele se virou surpreso e a puxou pra si, beijou o topo de sua cabeça e ela chorou em seu peito.
- Não se preocupe, meu bem.Você não tem culpa por não lembrar.
- É estranho saber que eu te conheço e saber o quanto você é importante pra mim, mas nem sequer saber seu nome. - ela soltou entre os soluços e isso machucou ele profundamente.
- Pietro. - ele disse chorando.
- Me sinto um pouco melhor agora. - ela disse deixando um sorriso escapar. - Você vai ter que me contar todas as nossas histórias.
- Talvez você se lembre. - ele disse esperançoso.Ela concordou e ele foi se apresentar novamente para o amor da sua vida, seu amor de verão, seu amor pra vida inteira, aquele amor que ele tinha perdido e agora tava reconquistando.

sexta-feira, 10 de abril de 2009


E de repente eu me vejo aqui sozinha, sem sua mão pra eu segurar, sem o seu abraço pra me reconfortar, sem seu sorriso pra me alegrar, sem sua pele pra me arrepiar, sem as suas palavras cheias de rimas bonitas, sem os seus olhos, sem todo aquele amor no ar.Você foi embora e não mandou notícias, você foi embora e me deixou sozinha.Me deixou sem ar, me deixou sem sorrisos, me deixou.Você se foi e eu continuo aqui.Você nem me permitiu ir junto com você.Você nem sequer me avisou que iria partir.Você me deixou curtir até o último momento e depois arrancou toda aquela alegria num só puxão.Você costumava enxugar as minhas lágrimas e agora você é responsável por elas.Eu não entendo, eu estou confusa, eu preciso de você.Volta, eu te imploro.Eu preciso do seu sorriso, eu preciso ouvir sua voz, eu preciso sentir seu perfume, sua pele, sua boca, eu preciso sentir você.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Hello, Prince.

Sonhei contigo essa noite.

terça-feira, 7 de abril de 2009


Você vem com seu jeito sedutor, eu vou com meu jeito inocente, o sapato na mão, os pés na areia, meu vestido de tecido leve grudando no meu corpo ao ser tocado pela brisa do mar.Você vem com os sapatos pendurados pelo cadarço no seu ombro, a calça social dobrada, a blusa aberta e o paletó você deixou para trás, seus cabelos ruivos em perfeitos cachos caindo nos seus olhos, seu sorriso brilhou na noite sem lua.Você me abraçou forte me tirando do chão, me roubou um beijo cheio de arrependimento e eu retribui cheia de saudades e mágoa.Encontrei seus olhos verdes e você se fixou nos meus castanhos, passou os dedos nos meus cabelos loiros e eu me diverti com seus cacho cor de fogo, lhe dei um beijo na ponta do nariz e sua boca se curvou num sorriso revelando suas covinhas e encolhendo suas sardinhas.Brincamos no mar, rolamos na areia.Boca, cabelos, areia, arrepios.Passamos a noite ali, sem lua no céu, com as estrelas no observando e o mar tocando as pontas dos nossos pés e do meu vestido.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Outono.


Nosso romance foi daqueles de verão, o estranho é que estávamos no outono.Você veio na minha direção com sua cara de inocente e eu sorri.Você sorriu um sorriso cheio de sol e eu esqueci de respirar.Você se aproximou e sussurrou no meu ouvido, eu sorri e nós fomos pra fora do café.Você disse seu nome e eu disse o meu.Conversamos por um tempo, contamos as estrelas e você me abraçou forte quando eu tava indo embora, eu te dei meu telefone e você prometeu ligar no dia seguinte.Eu tinha acabado de sair do banho e estava enrolada na toalha quando meu celular começou a tocar, eu atendi curiosa e você riu ao ouvir minha surpresa - eu realmente achava que você não ia ligar - você me pediu para te encontrar no dia seguinte numa sorveteria perto do café que nós estávamos no dia anterior.Eu reclamei do clima pouco favorável para um sorvete e você me convenceu.Eu fui ver um filme e no dia seguinte coloquei uma bela roupa e fui me encontrar com você.Você estava me esperando numa mesa para dois num canto da sorveteria, eu cheguei e você abriu aquele mesmo sorriso da noite anterior, e o meu ar foi todo embora.Você se levantou e me abraçou, eu te dei um beijo na bochecha e você corou.Eu me sentei na cadeira de frente para a sua e você ficou me olhando e sorrindo.Eu ri e perguntei que sorvete você queria, você pediu que eu escolhesse, eu escolhi dois de baunilha com muitas coisas em cima e você riu da minha paixão pelos confetis.Nós conversamos entre as colheradas prazerosas de sorvete, e você me acompanhou até meu hotel.Eu pedi pra você subir e nós rimos quando o elevador parou.Eu soltei um "merda" e você riu do meu medo.Você me abraçou e nossos olhares se encontraram, você me roubou um beijo, e eu me entreguei.O elevador voltou a andar, e eu voltei a respirar.Fomos para o meu quarto e nos entregamos completamente um ao outro.No dia seguinte, você me acordou com uma melodia bonita saindo do violão.E eu fiquei ali enrolada nos lençois e te vendo tocar uma bela e desconhecida música, te perguntei que música era aquela, e você disse que era a música que você tinha escrito sobre a noite que nos encontramos.Meus olhos ficaram molhados e eu te dei um beijo, você soltou o violão e retribuiu o beijo.No dia seguinte você me levou no aeroporto, eu te dei um beijo e pedi pra você não me esquecer, você disse que o faria se eu fizesse o mesmo, eu concordei.E agora eu estou aqui na cidade que nos encontramos, naquele café velho, e você está entrando pela porta.Agora você me roubou um beijo cheio de saudade e eu retribui com a mesma intensidade.